sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

NATUREZA X SER HUMANO


No princípio as relações do homem com a natureza eram divinas. Haviam deuses em tudo. Deus do sol, da luz, da chuva, do rio, do vento, da árvore, da pedra, do mar, do sonho... e de tudo o mais que os olhos e a imaginação pudesse alcançar. Nessa época, destruir uma árvore, por exemplo, significava desafiar um deus. Para cortá-la, era preciso ter uma justificativa muito convicente. Afinal deuses não perdoam. A ação exigia um ritual mágico e um compromisso de sobrevivência- montar uma casa, fazer um barco- para que a vingança divina não se estabelecesse.
O homem "evoluiu". Arrancou os deuses da natureza e estabeleceu um deus semelhante a si. Um deus humano, cheio de poderes absolutos. A partir de então a natureza começou a perder o status de "mãe" da vida. O homem passou a destrui-la como se ele próprio fosse divino e sujeito de toda a ação. A busca pelo poder, dinheiro e luxúria desconectaram a espécie humana do ambiente natural. O resultado disso está diariamente em todos os jornais e reportagens de TVs: queimadas, secas, inundações e poluição. A natureza cobra o troco pelo desafio humano.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Feliz?


É a fragilidade do homen que o faz ser sociável; são nossas misérias comuns aquelas que enclinam nossos corações à humanidade; se não fôssemos homens, não deveríamos nada. Todo apego é um signo de insuficiência: se cada um de nós não tivesse necessidade alguma dos demais, nem sequer pensaria em unir-se a eles. Um ser verdadeiramente feliz é um ser solitário: somente Deus goza de uma felicidade absoluta; mas quem de nós tem a idéia de coisa semelhante? se alguém imperfeito pudesse bastar-se a si mesmo, do que gozaria segundo nós? Estaria só, seria infeliz. Eu não concebo que quem não tem necessidade de nada possa amar algo: e não concebo que quem não ame nada possa ser feliz.